domingo, setembro 06, 2009
Monólogo do silêncio
Título: Shhh...
O silêncio não é só o mais inventivo dos criadores
Ele é infernal, repulsivo e arde nas profundezas da Terra
Berra, nas promiscuidades do olhar perdido
Ele é aquele não fala o porque das coisas
E se aquieta e sorri na sua plenitude pequena
E finge que delira quando entra em cena
O silêncio não precisa de platéia
Percorre as ventosas do ar e lamenta
O sei-que-lá criativo- em cada buraco da teia
O silêncio versa um verso vazio
Uma tela impressionista e cheia de rabiscos
Uma linguagem inexpressiva- irreal, saturada
Ele canta uma música distante e rasgada
No seu propósito de arte vesga e invalidada
O silêncio vai morrer em si
Cada vez que o tempo escorrer
nos olhos vc vai fugir?
Cada vez que a pálpebra tremular o amor
E em quantas você não vai enxergar
O sentimento que o silêncio não sabe dizer?
O silêncio não sabe você, não sabe a mim
Não sabe a si - a que veio
E nesse passeio interior de si
Eu fui e voltei no meu peito
Em um quilômetro de coração
Só porque vc não teve os freios,
Que as palvras expressam, na locomoção
Só porque o som da decisão
Não teve o mesmo propósito permeio
Que o silêncio teve na sua compreensão
De mundo?
Quem mais ficará mudo?
Se a nota grita uma odisséia
Em cada olho, em cada expressão
Permeia?
O silencio não tem fim
O silêncio nunca nasceu
Ele olhou pra mim
Com seus olhos muitos
E me furou os dedos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário