sexta-feira, agosto 19, 2011

Devia ser ilegal ser feliz.
Devia ser como um crime, com direito a mala prateada e um certo suspense no olhar.
Aperto no peito, cheirando a tragédia, a sangue, explosões - não é assim que deveria ser a reação do sorriso?
E o protagonista simplesmente queria dinheiro, amor, mulheres? Não, no meu centro de história, ele queria ser apenas feliz.
Assim qualquer filme trilhardário vira sessão da tarde. Qualquer fim de tarde não doi no fundo do peito.
Alguém devia bater o martelo na Constituição e explicar que é proibido ser feliz, e a gente, fatalmente, iria querer.
Falta emoção na feliciade simples de acordar tarde no escancarado da semana?
Ou o sentimento acostumado de morder chocolate, beijar na boca, essas coisas gostosas.
Nunca lembramos do feriado até que ele acaba.
Teimamos no triste, só pq ele é empolado, escuro, noturno, escondido na gente.

Deveria ser um remédio de tarja preta, uma droga vendida aos sussurros.
Assim, quem sabe, não sobraria ao tédio o braço aberto da felicidade, que a gente só percebe quando se fecha..