quarta-feira, abril 29, 2009

A cena da boneca




*A boneca ao lado da cortina* por Claudia Rocha

Retina cretina
Finge que nao enxerga
Mas eu sei que nao passei de apenas
A sua boneca
Strip or tease
Vem me toca
Vagabunda e torta
Como a fechadura da sua porta

Como a cadeira que balanca
a sua infancia de palavras nuas
como a lembrancas
esse beijo eh so um parte perdida
das maças e da ruas
como um pecado a quem se pede o perdao
de ser tao meu
vou atraves do la fora
amar a ilusao de agora
antes que nao exista mais o depois
e o antes ja seja apenas adeus

Imovel
Lavavel
E adoravel
O meu nome eh mulher
Mas meu sonho~
eh produto renovavel

O meu homem tem corpo de ar
Ele voa mais alto que eu
Enqutno eu sou soh brinquedo
Ele um adulto carudo e ossudo
que pode respirar nesse breu
Nesse amor que é só seu

Amavel, inflavel
apenas um boneca
para me atar a cortina e ver o ceu
Que ~e uma lagrima aberta de azul

Uma flor mal-querida, de plástico
Despetala meu existencialismo cru
De botões quebrados carismáticos
Olhos de um peito rosado, aquarela
Sangue malcriado
Eu desmonto as tranças
E fujo pela janela.