As Folhas das árvores
O que as pessoas não são capazes
de fazer com uma folha em branco?
Rabiscá-las, atravessá-las -
quantas histórias não moldarão com a argila das palavras?
A escolhê-las e transformá-las em barco ou porto
Ou mar em desalinho solto
- ou outra âncora, janela pra outras folhas
Transforma-la-ao em vão de escada,
em adentro-
em sem traço
De sinuosa prisão de coitos e anseios -
deles mesmos - seios
Grade de asas, fórmula, molde - pássaros sem visão
E abismos, dionisíacos, enraizado desejo
Ah, quanto é nossa e não nos cabe a branca
e retalhada folha, nas mãos...
Em mosaicos de vontades, em delírios cheios de aspectos, e atalhos
De sedes sem gesto - pura e alva- como os olhos refletidos de passado
Dos dorsos de pescoço, das carnes
em união pelo ventre e vísceras e genitais
Você a pega e trama- e treme -
indexa ao seu anexo de estima
Sem nexo no espaço -
Rasga sua roupa-
em trapos e manifestos,
gira-a
Mas a sua inexatidão é uma nota - e solta -
é só uma folha vadia-mesquinha
E a cadeia de enredos
joga os cabelos pra trás das murtas
Arranca os grampos dos varais das almas
E o barro a sangrar de doer
por cada odisséia e platéia súbita
Que é capaz de ver,
a cada assopro de linha
Enquanto você simplesmente poderia
deitar nela sem querer
E ver a noite virar dia,
vazia, travesseiro e sereno
Mas você prefere devorá-la
vivendo e sendo
Beijá-la nas duas faces,
como seu nome, como seus ossos
E vê-las-vê-la- como uma das folhas das árvores
Onde os papéis sobem no palco do mundo
E são todos nossos - ímpares e ambos.
domingo, novembro 15, 2009
quinta-feira, novembro 12, 2009
100 receitas para enlouquecer em silêncio
por Cláudia Rocha
Doi, sobretudo
E naufraga, sobremaneira
Por conseguinte ao instante
Que estamos distantes de ontem
O hoje quase não presente
É a sombra da luz dos olhos´
Esfera de núcleos atômicos
Balança a odisséia
Que traça a cada passo
De ponteiro, minutos
Que nunca,não se acabam
Sempre será menos dor
Como numa queimadura
A água também arde
Até que desestrutura
E nos deixa de olhos atados
De braços cruzados ao corpo
Sem endereço de consolo
Um coração a menos no peito
Tolo, o disparo
Pela boca aberta do estômago
E perco o partido verso
Sou toda ao avesso do avesso
Sou mágoa ignorada
Fingida, ue vira o pescoço para
O lado fingindo que não olha
Fingindo casualidade amistosa
Rasgada de raiva, abominada
Ainda que mágoa tão mulher
E chia de vaidades
Mágoa pura cachaça de boteco
Nas mãos e bocas áquens do desespero
Das mãos que se perdem ao leito
Num quarto de olhos, sem céu nas janelas
E dói, sobretudo preto
Sobremaneira branco
Mormente vermelho-sangue
Principalemnte humano
E passionalmente pronto, bruto
Pra te mandar para fora
Da minha cabeça louca
Com seus gritos de lobo
Te esquecer homem
Mais um como todos os outros.
Doi, sobretudo
E naufraga, sobremaneira
Por conseguinte ao instante
Que estamos distantes de ontem
O hoje quase não presente
É a sombra da luz dos olhos´
Esfera de núcleos atômicos
Balança a odisséia
Que traça a cada passo
De ponteiro, minutos
Que nunca,não se acabam
Sempre será menos dor
Como numa queimadura
A água também arde
Até que desestrutura
E nos deixa de olhos atados
De braços cruzados ao corpo
Sem endereço de consolo
Um coração a menos no peito
Tolo, o disparo
Pela boca aberta do estômago
E perco o partido verso
Sou toda ao avesso do avesso
Sou mágoa ignorada
Fingida, ue vira o pescoço para
O lado fingindo que não olha
Fingindo casualidade amistosa
Rasgada de raiva, abominada
Ainda que mágoa tão mulher
E chia de vaidades
Mágoa pura cachaça de boteco
Nas mãos e bocas áquens do desespero
Das mãos que se perdem ao leito
Num quarto de olhos, sem céu nas janelas
E dói, sobretudo preto
Sobremaneira branco
Mormente vermelho-sangue
Principalemnte humano
E passionalmente pronto, bruto
Pra te mandar para fora
Da minha cabeça louca
Com seus gritos de lobo
Te esquecer homem
Mais um como todos os outros.
quarta-feira, novembro 04, 2009
Fotogênese (luz na base frontal - música ambiente)
Estou deserta de mim.
Porque inteira sou sua boca
Moro na sua palavra pendida
No verdor gritante da primavera
Sou o silêncio ensurdecedor
Dos gestos perdidos nos olhos
Desatentos como um papel no vento
Como um chover de repente
Ainda que por causa do calor
Mas estou grão sobre grão
Sem fruta ou fonte
Ou carne saborosa
Sem nas minhas-suas mãos
Um corpo de alma viçosa
Sem a luz que brilhe
Quando o Sol se põe
Sou uma noite
De luz apagada
E sem estações para parar
Ou canais de TV
Para passear de madrugada
Sou o apagão da rua ao lado da sua
A sombra do seu colorido braço
Sou o esboço de amor
Que nunca tentei ser aocerto
Ou até mesmo ao errado.
Estou desetta nas veias
Nos versos e vias
Estou alheia de mim
Na minha prórpia vida
E tudo porque...
E tudo porque?
Porque não posso ousar
Mergulhar nesse ar
Respirar seu corpo
E te amar.
........
(Cláudia Rocha - setembro de 2009)
Porque inteira sou sua boca
Moro na sua palavra pendida
No verdor gritante da primavera
Sou o silêncio ensurdecedor
Dos gestos perdidos nos olhos
Desatentos como um papel no vento
Como um chover de repente
Ainda que por causa do calor
Mas estou grão sobre grão
Sem fruta ou fonte
Ou carne saborosa
Sem nas minhas-suas mãos
Um corpo de alma viçosa
Sem a luz que brilhe
Quando o Sol se põe
Sou uma noite
De luz apagada
E sem estações para parar
Ou canais de TV
Para passear de madrugada
Sou o apagão da rua ao lado da sua
A sombra do seu colorido braço
Sou o esboço de amor
Que nunca tentei ser aocerto
Ou até mesmo ao errado.
Estou desetta nas veias
Nos versos e vias
Estou alheia de mim
Na minha prórpia vida
E tudo porque...
E tudo porque?
Porque não posso ousar
Mergulhar nesse ar
Respirar seu corpo
E te amar.
........
(Cláudia Rocha - setembro de 2009)
Assinar:
Postagens (Atom)