segunda-feira, maio 25, 2009

Fumaça, fumaça, e mais fumaça






Eu e também vc

Eu sou a solução para suas noites de frio
Amável, rebolável, sensível e adorável
Eu sou legal para sua prateleira
Nada melhor do que dois schopenhauer meus
Com um proust seu
Sou adubável em solo fértil
Voável em asas longas e dias de Sol
Em que vc apagar as nuvens do seu desenho
Desejável para surdos e mudos
Sou dois mundos em separado:
O out-nada e over-tudo
Eu sou da gravidade
Pq sou tempo e inverdade
Na minha parca juventude
Mas sou a velha que vc vai querer
Juntar as chinelas
Passear de madrugada
Dividir ataduras
E diversões malcriadas
Sou o umbigo que vc vai detestar ter conhecido
Enorme do tamanho do mundo
Sou aquela que vc vai desejar não ter nascido
Só para nunca ter que morrer e me deixar só
com meu amigos imaginários e sonhos piegas
Nesse breve resumo da eternidade
Eu sou um pecado abandonado
Na maça mordida de Eva
Sou tanto assim, abismo amigo?
Para vc também está guardado ser
Os pobres olhos que lerão minhas idéias, incrédulos
Mas o corpo e alma porquem vou querer amar e viver
Entender, conhecer e graduar
Porquem eu só não vou desaparecer
Porque te deixar só - sem me suportar
Já que seria o horizonte sem o mar
O céu sem luar
Foder de chorar - sem gozar.



[Ai minha cabeça louca, minha cabeça oca, minha cabeça outra...../

terça-feira, maio 19, 2009


Copabacana - por Cláudia Rocha em Março de 2008
Moça bacana que veste seu terno com cuidado
Que penteia o sorriso bem desembaraçado
Guardado pra ser colhido qdo for a ideía
Moça do preto sapato, bordado até na sola
Guarda no pescoço a tatuagem na gola
Da maldade escondida debaixo das roupas
Mas a cinta que a liga nos arcos
Das ancas até as meias,
Tão lisas e presas às coxas
A fazem tão moça sacana escondida
na caverna do metrô de copacabana
"Alta hora da noite e essa dama
escolheu logo hoje pra sair tão tarde?"
Uma senhora se engana
Sua arte na verdade
É ser boa de cama

domingo, maio 10, 2009

Luz vermelha e quente sobre o palco............



Boca tua

Boca malévola de lânguida letra
Escorregando ao canto da parede

Sua listrada orgia melancólica

Com a fresta dos olhos, inquieta

E ardente...sol de meio-dia

Vai tecedno o sabor de fruta solta

Dos pés, asas de fogo ao redor do som

Quente descendo como uma colher de sopa
Dentro da cavidade do peito, debaixo do ventre

Boca de mãos secretas

Apertadas pelas pernas, volúpias

O som vem escorrendo espremido na pele

Plúmbeo na vagina
Sinto o seu breve relampejo dos dentes

Sinto sua respiração movente e arfante límpida

Quando diz coisas simples

Como bom dia e boa tarde

Sua boca e beleza sabe ser triste

Quando me roi num sorriso de pura vadiagem

Quando me torna pó nos olhos metidos

Dentro do corpo, contido nos gestos

Quando deixa de ser de um rapaz

E passa a ser temperatura com fôlego

Rachadura de uma membrana impactada

No que há de mais tímido de uma palavra

Ela se despe pra vc

Quando apenas ouço e imagino
A sua face cheia de sons todos e tão teus

Entendo a maldade que tens de sobejos breus

Cada vez que a abre e fecha-a torta

Fico morta até q ela me invada inteira

Sugando para uma vida de estações

Boca de verão, sol aberto de saliva

Escorre meu corpo de chuva

Condensado nas tuas mãos tolas

Do quanto sou tua só de te ouvir

Estou me despindo para elas, infernais

As palavras que me ordenam à masmorra

De morar nas grades dos seus dentes animais

Até quando vc ousar me proferir, soberbo deus

E eu não me aguentar apenas nos ais

Nos lábios meus que são tão teus

Verbais - e lascivia! - tão pouco contextuais

quinta-feira, maio 07, 2009


*A desconsciëncia do mundo* por Clãudia Rocha

Um pé depois do outro
Em algum lugar eu vou chegar
Nem que seja
Na próxima pedra ou pulha
Portuguesa

Eu não tenho continente
As minhas terras em separado
São membros de um mesmo corpo
Sangrando

Somos todos quebrados e burros
Como esse chão
E essa comédia
A tragédia do mundo é pensar
Em tudo
Menos no chão e nas janelas

E ficam pedras, ficam velhas
Cacarecos rupestres
Tremores e agrestes
Centelha e solidão

O homem é uma poeira
Dentro da pdra filosófica do mundo
E do que vier
Construido de razão
E sem qualquer