domingo, maio 10, 2009
Luz vermelha e quente sobre o palco............
Boca tua
Boca malévola de lânguida letra
Escorregando ao canto da parede
Sua listrada orgia melancólica
Com a fresta dos olhos, inquieta
E ardente...sol de meio-dia
Vai tecedno o sabor de fruta solta
Dos pés, asas de fogo ao redor do som
Quente descendo como uma colher de sopa
Dentro da cavidade do peito, debaixo do ventre
Boca de mãos secretas
Apertadas pelas pernas, volúpias
O som vem escorrendo espremido na pele
Plúmbeo na vagina
Sinto o seu breve relampejo dos dentes
Sinto sua respiração movente e arfante límpida
Quando diz coisas simples
Como bom dia e boa tarde
Sua boca e beleza sabe ser triste
Quando me roi num sorriso de pura vadiagem
Quando me torna pó nos olhos metidos
Dentro do corpo, contido nos gestos
Quando deixa de ser de um rapaz
E passa a ser temperatura com fôlego
Rachadura de uma membrana impactada
No que há de mais tímido de uma palavra
Ela se despe pra vc
Quando apenas ouço e imagino
A sua face cheia de sons todos e tão teus
Entendo a maldade que tens de sobejos breus
Cada vez que a abre e fecha-a torta
Fico morta até q ela me invada inteira
Sugando para uma vida de estações
Boca de verão, sol aberto de saliva
Escorre meu corpo de chuva
Condensado nas tuas mãos tolas
Do quanto sou tua só de te ouvir
Estou me despindo para elas, infernais
As palavras que me ordenam à masmorra
De morar nas grades dos seus dentes animais
Até quando vc ousar me proferir, soberbo deus
E eu não me aguentar apenas nos ais
Nos lábios meus que são tão teus
Verbais - e lascivia! - tão pouco contextuais
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