domingo, agosto 16, 2009

Na rígida carne de juta (coadjuvante)

" Mas nada disso se sabe/se, do ventre não se ergue a vista/até o rosto onde,(...)do fundo do corpo - nos fita/a escondida menina na pantera" (trecho de "Pôster" em "Dentro da noite veloz")

Não tenho pressa (outubro 2008 - claudia rocha)

Hoje eu fugi do meu sonho

E acordei cansada

Porque só eu sei

Da minha memória guardada

Que volta correndo depressa

Por cima do travesseiro

Transbordando o lençol

De corpo, de carne

De gente em exausto devaneio

E o sonho desgruda das paredes

Arranca os cabelos, as unhas

Estrangula a centelha

E nos dedos, fica brincando o violão

Mas não é pesadelo não

Porque de pesadelo, amor

Só me basta acordar

E olhar o chãoTão perto dos pés

E tãoLonge de levantar

Esse dia todo que você guardou

Nos bolsos, junto com um canivete suiço

Eu não preciso, não quero

Nada de, apenas, isso

Eu quero sonho caminhante

Que marque pegadas no instante

E possa acordar para acontecer

Não quero herói ou coadjuvante

Quero sonho de gente

Que exaustivamente devaneia

Mas que pode alcançar - se correr

2 comentários:

Leonardo Bianchi disse...

"E olhar o chãoTão perto dos pés

E tãoLonge de levantar"

de manhã sempre q tenho q trabalhar tenho essa sensação :)

Ricardo Malagoli disse...

Lindo! Estou adorando seu blog.

Abs.