quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Projétil (Cláudia Rocha - janeiro de 2008)

Eu estou só
Querendo que a noite permaneça
Enquanto eu me mudo
Do minuto de agora
E refaço o mundo
Com a largura de um sorriso
De lembranças passadas

Estou só eu
E a tela fria do tempo
Brincando de futuro
Risonha têmpora de amanhã
Despertada no dia quieto
Eu estou só no plural dos verbos

Esqueçam, vcs neurônios
O segundo e o primeiro desejo
Que fizeram anteontem à sua invisivel estrela
Larguem, vcs braços
O amor não dado à sua palma
Ao arremesso de platéia, vagos
Sonhos esses que vcs deram n'água
E não voltaram nuvem

Sejam, vc - imagem, espelho
Uma pista mínima pro território
Dos olhos e pernas
O enxergar mais que o olhar
E o pisar mais do que o existir

E me recolho só
As muitas de mim mesma na imensidão
Apagando os fósforos de cada dedo
De cada gesto seu que é aquém
Numa ciranda de mãos às idéias
Ressonando e me vendo dormir
Quase caindo do teto do porém
Do existir

2 comentários:

Anônimo disse...

Às vezes cair do teto do porém é bom, dá novas possibilidades por vezes não vistas.
Ótimo texto xD

beijos

Leonardo Bianchi disse...

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:)