sexta-feira, dezembro 25, 2009

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Realidade espacial 
por claudia rocha - novembro de 2009

Então o tempo já passou
Já acabou o carnaval
Já choveu um céu de confete
Já molhou-se a calçada da frente
Repentina serpente mudando o papel
De que a realidade é um sonho
Todo meu e todo seu

Então já está um breu
Nesses olhos acesos que foram
Morreu um pedaço do eixo, cambaleio
Torto e à direto sem consolo
Vou sem meu braço dado
Ao que restou do passado

E agora que eu preciso respirar
Que eu preciso aparecer na janela
Ter um mundo
Vulgar
ou que seja
Pra eu chamar de mim mesmo
Independente do que seja
Esse eu agora sem vc

Então restou alguém atrás das roupas
Restou a rua inteira e a secura
A calçada da frente parece mais segura
Preciso andar pra outros lados desta Lua

Hoje eu já amanheci um céu
Nesses olhos de mar diluido
Morto em pedaços de sexo, me esqueço
Mas te esqueço também proibido

E vou sem meu espelho sorrindo
Sem precisar ver pra crer que estou vivo

Um comentário:

Leonardo Bianchi disse...

eu sempre me pergunto, é preciso estar apaixonado por alguma coisa, ou alguém pra conseguir fazer fluir as palavras desse jeito?
excelente texto :)