Estou deserta de mim.
Porque inteira sou sua boca
Moro na sua palavra pendida
No verdor gritante da primavera
Sou o silêncio ensurdecedor
Dos gestos perdidos nos olhos
Desatentos como um papel no vento
Como um chover de repente
Ainda que por causa do calor
Mas estou grão sobre grão
Sem fruta ou fonte
Ou carne saborosa
Sem nas minhas-suas mãos
Um corpo de alma viçosa
Sem a luz que brilhe
Quando o Sol se põe
Sou uma noite
De luz apagada
E sem estações para parar
Ou canais de TV
Para passear de madrugada
Sou o apagão da rua ao lado da sua
A sombra do seu colorido braço
Sou o esboço de amor
Que nunca tentei ser aocerto
Ou até mesmo ao errado.
Estou desetta nas veias
Nos versos e vias
Estou alheia de mim
Na minha prórpia vida
E tudo porque...
E tudo porque?
Porque não posso ousar
Mergulhar nesse ar
Respirar seu corpo
E te amar.
........
(Cláudia Rocha - setembro de 2009)
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