As crianças que fomos ontem - por Cláudia Rocha em setembro de 2009
As pessoas na velha face
De novidade
Tentam ser outras mas
Uma nova ilusão de vaidade
São as mesmas
Crianças abobalhadas
Velhas caducas
Na frente do espelho
As pessoas tentam ser boas
Com suas roupas e marcas e dentes
E sapatos e bolsas e mentem
Pq toda bondade de uma etiqueta
Não disfarça a maldade dos olhos
As pessoas são tão tolas
São amarelas e azuis
São vermelhas no sangue
Negras na pupila
Proteínas e adrenalina
Com sede de se dizer loucuras
Como a eternidade
Como a invencibilidade
Como histórias de amor sem cura
Bobagem
Tudo é bobagem
Quando eu olho pela jnela
E vejo a dor de outrém
Sou estupidamente nada
Dentro dela
Sou cretinamente alguém
Como todo mundo
Que sempre se esquece
Que nunca que se lembra
Que nada dura pra sempre
As pessoas crescem como arvores
Florescem bonitas ou não
Mas tanto faz
As pessoas envelhecem
As pessoas perdem seu pudor
E o unico poder
De ser humano - incansavelmente
No seu sabor sem sabor de gente
No seu mundinho de enganada cor
Lotada de esterco e sementes
E prazer sem prazer.
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Foto "Nudez Civilizada" retirada do trabalho de Arte e Comunicação (Cláudia Rocha e Hannah Sloboda) fazendo menção a uma obra de Ananké Assef "Fragmentos do Paraíso" em 8 de outubro de 2009
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