quinta-feira, agosto 06, 2009

O figurante e a Torta de laranja principal



O gosto do gosto - por Cláudia Rocha (Janeiro 2009)

Eu não tenho pressa na minha entrelinha
Porque sei que tudo que vai em mim
No ponteiro paralítico das noites e dias
Nessas palavras sem Sol - não irão fugidias

Por isso prefiro degustar
O sumo sinuoso de todas as delgadas notas
Para molda-las no mel orvalhado do corpo
Do que apenas servi-lo
Como um bater de olhos descompassados
Como um arpejar de cordas malcriadas

Tenho fome de refugio
Mas nao para ser, de sombras, aniquilada
A minha fome eh aquela de mordidas educadas
Que buscam compreender antes de julgar

A idéia que a minha veia fotografa
Dela quero ouvir dizer todos os sons
Na imobilidade sufocadamente
Nas nuvens da minha cabeça distante

Tenho a pressa de sentar no dentro
Abrir o fora por extenso
Tecer, sem precisar ver o tecido inteiro
Sõ pq é bom tecer e ler
Como tb é bom beijar e fazer amor

Sonhar macio sem acordar
Poesia sem querer
Qse um gesto de natural palor
Um peito cheio de leite
Para meu animal nascido
Um pouco de sorvete no calor
Vento guardado no bolso
Na nuca, entre os pêlos
Eu nao tenho prssa
Nao é ela a alma q te dou e tremo

Eu te dou o riso
E a alça da blusa
E o olhar descendo
Na menção perversa e infinda
De mergulhar sem se preocupar com as ondas

Pq morrer eh coisa de um segudo
Nesse chover ou explodir de mundo
Mas escrever, amor
É uma premissa de arrepio
Desses que não acabm nunca
É isso q eu te dou
É isso que quero dar
Gozar de gritar
Cheiura no vazio
Amar de simplesmente amar
Isso é o organimo de estio
Que vc com esses olho frios
Busca ao me acordar do silencio

Pq vazios somos
(Atento amor
Cada olho que ousar me ler)
Até que sonhamos
(sem querer)

2 comentários:

Robson Cassimiro disse...

Oi, querida!
Como prometido, estou por aqui a ler tuas linhas. E que linhas! Gosto, também, de escrever. Mas não chego perto de ti, em nada me pareço contigo. Escrevo coisas simples, que serve a qualquer transeunte distraído. Tu, não. Tu escreves com verve, inteligência, amor, emoção e sobriedade (mesmo que etílica). Acho que não sei tão bem significar meus sentimentos, e simplifico (ou tento simplificar) o que nem devia se tentar explicar.
Gostei de tudo aqui e já virei fã.
Tuas linhas são viagens!
Forte abraço! Fica com Deus!

Leonardo Bianchi disse...

Gostei dos textos, de onde vem a inspiração? sei q a pergunta pra alguns é idiota, mas gosto de saber um pouco :) nota 1000 ^_^