VAGAROSA (por Cláudia Rocha em Agosto de 2008)
Quando o vagão passa
Ele leva milhares de vagas
De assentos desocupados
Silencioso - sumindo pelo buraco
Para ir dormir no final da passagem
A gente não vê quem passa
A gente não vê quem dirige
Essa gente é muito desatenta
Mas eu só entendi essa hora da manhã quieta
Que a semana inteira a voz da eleticidade
barulhenta
Fica berrando quatro ventos nos meus ouvidos
Balançando os cabelos
E eu só percebo quando suspendem milhões de fios
Que alguma coisa passou e entrou pelo buraco
Da memória, do subsolo, pra trás do olhos
No ponto cego de enxergar
Alguma coisa pesada carregando pessoas e vagas
E que eu não sei quando vai parar.
Pode ser amanhã, pode ser... quem sabe?
A saudade não cabe no vagão que a gente cabe.
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