quarta-feira, junho 24, 2009


paquerando a entrelinha julho de 2008 por Cláudia Rocha

Eu descobri que talvez eu não saiba
Ainda ou distante
Que cara , que cor e que dialeto
Constitui a descoberta
Antes ou depois
De ser aberta no horizonte
E na janela.

Eu descobri que ainda que descoberto
Eu ainda verei muitos sinos e hinos
Muitos ares e muitos verbos
De lugares e amores que não conheço

Eu descobri que os Janeiros
São Marços e às vezes
Até fevereiros podem ser dezembros
Se existirem quartas-feiras

Eu descobri que pés-de-pato
São asas de outra maneira
Pois que na verdade
Todo desejo do mundo
É apenas
Ir fundo
Para cima ou para baixo

Eu descobri que não sei chupar dedos
Ou chupetas ou outras maneiras
Pra dizer que eu preciso de líquido
Que algum sumo disso quem sabe
Seria vida
Ou organismo estendido
Com medo da chuva


Eu descobri um vizinho oculto
Chamado desnudo
Que eu quase não reconheço
No espelho a mesma face
Quando o ardor se cobre

Eu descobri shaikes e andares
De palácios e ares de outro tempo
Que mal ou bem
Ainda serão meus
Afinal a fantasia
De tudo faz parte
Na história de antes
E na história que eu quero contar
Pra vc dormir ou dizer adeus


Eu descobri talvez que com 21 anos inteiros
Eu talvez ainda seja meia
E ainda falte um par
Pra me fazer andar com as pernas quentes

Talvez um ímpar
Talvez um amor
Talvez um sequer
Ou ainda - simplesmente
Talvez você, José.

[foto PROPOSITALMENTE safadenha! o/]

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