terça-feira, novembro 25, 2008

Tomada 1....

"(O SPLEEN DE PARIS-XXXIII- Embriagai-vos)
É preciso estar sempre embriagado.
Eis aí tudo: é a única questão.
Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo que rompe os vossos ombros
e vos inclina para o chão, é preciso embriagar-vos sem trégua.
Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira.
Mas embriagai-vos.
E se, alguma vez, nos degraus de um palácio,
sobre a grama verde de um precipício,
na solidão morna do vosso quarto,
vós acordardes, a embriaguez já diminuída ou desaparecida,
perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio,
a tudo que foge, a tudo que geme, a tudo que anda, a tudo que canta,
a tudo que fala, perguntai que horas são;
e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio, responder-vos-ão:
“É hora de embriagar-vos! Para não serdes os escravos martirizados do Tempo,
embriagai-vos: embriagai-vos sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude,
à vossa maneira”."
[Enivrez-vous: Il faut être toujours ivre. Tout est là : c’est l’unique question. Pour ne pas sentir l’horrible fardeau du Temps que brise vos épaules et vous penche vers la terre, il faut vous enivrer sans trêve. Mais de quoi? De vin, de poésie ou de vertu, à votre guise. Mais enivrez-vous. Et si quelquefois, sur les marches d’un palais, sur l’herbe verte d’un fossé, dans la solitude morne de votre chambre, vous vous réveillez, l’ivresse déjà diminuée ou disparue, demandez au vent, à la vague, à l’étoile, à lóiseau, à l’horloge, à tou ce qui fuit, à tout ce qui gémit, à tout ce qui roule, à tout ce qui chante, à tout ce qui parle, demandez quelle heure il est ; et le vent, la vague, l’étoile, l’oiseau, l’horloge, vous répondront : « Il est l’heure de s’enivrer ! Pour n’être pas les esclaves martyrisés du Temps, enivrez-vous ; enivrez-vous sans cesse ! De vin, de poésie ou de vertu, à votre guise».]

Ultimamente Baudelaire tem feito a minha taça.

Em breve quando terminar de organizar minha mala de coisas por extenso, e aprender a ter um blog para guardar direito minhas coisas - uma espécie de armário literário - vou começar a deixar as escovas de dente, o par de meias, a cinta-liga e o chicote.

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